Descubra agora se você deve ou não fazer o rateio de despesas

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Rateio de despesas: deve ser feito ou não?

Esclareça suas dúvidas sobre os sistemas de rateio de despesas

Esse talvez seja um dos pontos mais discutíveis dentro das empresas, principalmente nas áreas de controladoria e contabilidade (de custos).

É bastante comum nos depararmos com empresas que possuem estruturas complexas de rateio de despesas. Nós, da ARVI Consultoria, já passamos por uma empresa do segmento do agronegócio que possuía um sistema bastante avançado de rateio de custos e despesas para apuração do resultado de cada unidade produtiva, mas sempre havia questionamentos sobre os critérios adotados.

Neste artigo, vamos discorrer justamente sobre os pontos que causam discussão e questionamentos nesses sistemas de rateio.

Confira o nosso artigo e compartilhe com colegas! 

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INTRODUÇÃO

Imagine a seguinte situação: um contador de uma empresa de tecnologia da informação realiza um estudo sobre a rentabilidade de cada unidade de negócio e, na reunião mensal de apresentação de resultados para a diretoria, expõe os números obtidos através do estudo.

“Com base no estudo que elaborei, cheguei à conclusão de que a unidade de negócio Produtos Próprios é deficitária. Por isso, sugiro o encerramento das suas operações”.

O diretor da unidade de Produtos Próprios logo se manifestou: “Como assim? O meu setor é um dos melhores setores desta empresa! Deve haver algum equívoco da sua parte! Qual foi o critério que você utilizou para chegar a essa conclusão?”.

E o contador prontamente respondeu: “Muito simples, fiz um levantamento de toda receita gerada pela empresa nos últimos 12 meses e de todos os custos vinculados. Separei os custos variáveis de cada unidade de negócio e levantei os custos fixos gerais e administrativos da empresa. Após isso, calculei a porcentagem da receita gerada por cada unidade de negócio sobre o total das receitas da empresa e utilizei essas percentagens para ratear os custos fixos para cada unidade de negócio.”

“Vejam que a unidade de negócio Produtos Próprios representa 23% do total da receita da empresa, logo recebeu 23% dos custos fixos da empresa e apresentou prejuízo na maioria dos meses analisados.”

O diretor da unidade rebateu o contador, dizendo “Não concordo com o critério utilizado! A nossa unidade é a menor da empresa, ocupa um espaço mínimo, com um corpo de colaboradores bem reduzido se comparado às demais unidades de negócio da empresa, e mesmo assim conseguimos trazer 23% da receita total da companhia. Não seria mais justo se você fizesse esse rateio por metros quadrados ocupados ou então avaliasse as unidades de negócio pela margem de contribuição gerada por cada uma?”.

Aqui cabe uma reflexão da nossa parte: quem está certo? O diretor ou o contador?

O PROBLEMA DO RATEIO

Como mencionado no início do artigo, por mais completo que um sistema de rateio possa ser, sempre haverá questionamentos e críticas sobre ele.

Os custos indiretos, aqueles que não incidem diretamente sobre um determinado segmento, setor ou departamento, quando utilizado sistema de rateio na empresa, são distribuídos através de cálculos de proporção. 

Por exemplo: rateio com base no número de empregados, com base no valor da folha e encargos, com base na receita gerada ou ainda pela área utilizada.

Por causa de tantas variáveis disponíveis, a definição de um critério de rateio torna-se um desafio nas empresas e gera críticas de áreas que se sentem prejudicadas.

Em algumas empresas que já atingiram um determinado patamar de faturamento semelhante em cada período e cuja estrutura de custos é rateada uniformemente sobre cada segmento, pode ser interessante a utilização desse método. 

Mas, nesse caso, perde-se a opção de avaliar o quanto cada segmento consegue, de fato, contribuir para cobrir os custos fixos gerais e administrativos da empresa.

Percebe o tamanho do problema? 

A OPÇÃO PELA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

No caso do nosso exemplo, dos segmentos de negócios de uma empresa de tecnologia da informação, nossa sugestão é que seja apurada a diferença entre a receita e os custos diretos, fixos e variáveis, de cada segmento. Essa diferença representará o “lucro operacional” de cada segmento.

Neste método, não fazemos rateio dos custos gerais e administrativos da empresa, mas tão somente avaliamos a capacidade de cada segmento de contribuir para o pagamento desses custos.

E quais são as vantagens de utilizar esse método?

  1. Avaliar ao longo do tempo a eficiência de cada segmento;
  2. Avaliar a criação de novos segmentos que gerem margem de contribuição incremental, ou seja, sem crescimento dos custos gerais e administrativos.
  3. Tomar decisões de incentivar a expansão de determinado segmento em detrimento de outros;
  4. Avaliar a continuidade de determinado segmento com base na sua geração de margem de contribuição;
  5. Facilitar a elaboração do orçamento empresarial;
  6. Permitir a alteração da composição do mix de produtos e serviços oferecidos;
  7. Possibilitar a obtenção dos pontos de equilíbrio de cada segmento;
  8. Fornecer subsídios aos administradores para medição da performance da empresa como um todo.

Pelo exposto acima, podemos concluir que a principal vantagem desse método consiste na facilidade de identificação dos pontos de ineficiência (gargalos) dentro da organização, além da possibilidade de tomar decisões rápidas de revisão da estratégia logo após a apuração dos resultados.

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NA APURAÇÃO DOS RESULTADOS

Na grande maioria das vezes, a contabilidade da empresa não fornece informações de acordo com a necessidade dos gestores para a elaboração de análises de resultados por segmento de negócio, setores ou departamentos. 

Por exemplo, provavelmente a contabilidade dessa empresa de tecnologia da informação não conseguiria demonstrar o custo incorrido com  encargos trabalhistas de cada um dos segmentos de negócio da companhia. 

Essa informação seria de suma importância para a empresa analisar a margem de contribuição de cada segmento, pois se trata de um custo direto e possível de separar em contas específicas ou em centros de custos.

Vários exemplos poderiam ser dados, como, por exemplo, a falta de provisão da receita gerada por competência, a provisão dos tributos sobre essa receita, os custos envolvidos com a geração dessa receita, a depreciação dos equipamentos alocados a cada segmento, etc.

Sem essas informações detalhadas na contabilidade, a área de Controladoria precisará apurar informações gerenciais externas, o que pode gerar inconsistências ou problemas de confiabilidade dos dados. 

Se, na sua empresa, a contabilidade não reflete a realidade do seu negócio, é necessário trabalhar para que isso seja alcançado. Mudanças nos processos no fechamento mensal com envio de informações mais detalhadas para a contabilidade, abertura de centros de custos na folha de pagamento com apontamentos de horas consumidas por cada colaborador ou equipamento talvez sejam necessários. Avalie!

CONCLUSÃO

Afinal de contas, o rateio de despesas deve ou não ser realizado nas empresas? 

Nós, da ARVI Consultoria, sempre orientamos nossos clientes a avaliar qual o melhor método a ser utilizado para a apuração dos seus resultados, pois cada empresa possui uma realidade própria. 

Porém, preferimos utilizar o método de avaliação com base na margem de contribuição, já que esse método nos dá a possibilidade de avaliar individualmente cada segmento de negócio, cada área ou departamento da empresa ao longo do tempo.

Logo, nosso voto vai para o método da margem de contribuição!

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Rateio de despesas: deve ser feito ou não? Leia agora mesmo o artigo que preparamos para saber mais informações sobre o assunto.
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